quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A Pós-Modernidade de Gianni Vattimo no contexto de Multiplicação dos mass medias, caso Africa

Resumo da Monografia científica, apresentado na Universidade Pedagógica, Departamento de Filosofia. Delegação da Beira, para a obtenção do grau acadêmico de Licenciatura em Ensino de Filosofia.
A Pós-Modernidade de Gianni Vattimo, é a passagem do conceito moderno de unidade ao pós-moderno de multiplicidade, do monocentrismo ao policentrismo, que abre as portas a uma razão tolerante. O seu sentido está ligado ao facto de que, a sociedade em que vivemos ser uma sociedade de comunicação generalizada, a sociedade dos mass media. Na sociedade de comunicação generalizada verifica-se a intensificação dos fenómenos comunicativos, o aumento da circulação das informações e até à simultaneidade de reportagem televisiva em directo. Isso faz com que haja a libertação de visões do mundo, a emancipação das minorias culturais para serem ouvidas e cria-se obviamente um espaço público para se manifestarem. É o período em que a modernidade se esgota, pelo facto de verificar-se mudanças sociais desorientadas devido ao declínio de alguns aspectos essenciais e, por outro, assistir-se a proliferação e contaminação das tecnologias de informação, que obviamente criam bases peculiares para a implantação da globalização e consumismo.

Vattimo, concebe a “pós-modernidade” como uma experiência do fim da história, isto é a concepção moderna de conceber a história como curso unitário e progresso dos eventos à luz da equação que evidencia o novo como o melhor. Na sua hipótese, a modernidade termina, quando por múltiplas razões já não é possível falar da história como qualquer coisa unitária. Porque falar da história como qualquer coisa unitária, implica a existência de um “centro” em torno do qual se recolhem e se ordenam os acontecimentos, neste caso, o ocidente que representa o lugar da civilização e fora dele, “os primitivos” que são povos em via de desenvolvimento, que pela lógica de destino são condenados a seguir a civilização do Ocidente. Vattimo afirma que, a crise da ideia de história traz consigo a crise da ideia de progresso. Se não há um curso unitário dos acontecimentos humanos, também não se poderá sustentar que eles avançam para um fim, que realizem um plano racional de melhoramento, educação e emancipação.

A modernidade africana equivale à tradição, mas não descura a razão como a essência do desenvolvimento da tradição. Para Ngoenha falar da tradição, equivale normalmente estabelecer uma verdadeira amálgama de costumes, de práticas, de ideias, de crenças, todas desvalorizadas e muitas vezes rejeitadas fora dos limites da razão, isto é, classificadas de obscurantismo. A modernidade para o africano, rompeu o mundo sagrado que era ao mesmo tempo natural e divino, transparente à razão e criado. Ela impôs a separação de um sujeito descido do céu a terra, por um sujeito humanizado do mundo dos objectos e manipulado pela técnica, substituiu também a unidade de um mundo criado pela vontade divina pela razão. Para o africano, a modernidade não repousa sobre um princípio único e menos ainda sobre a simples destruição dos obstáculos ao reinado da razão, ela é feita do diálogo entre razão e sujeito.

Segundo Ngoenha, para se ultrapassar o conflito tradição/modernidade, do qual o homem da África parece estar prisioneiro, deve-se resgatar o pensamento africano através da exaltação de uma mesma resposta, que a favorece de se libertar e de se reencontrar com a sua capacidade criativa.

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